Regimes Totalitários.
Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/totalitarismo/ - Conhecimento cientifico.
Existem
regimes totalitários de extrema direita e extrema esquerda e temos sempre que
lembrar que eles são relacionados aos extremos de ambos os lados. Quando
dizemos em regimes totalitários de extrema esquerda logo pensamos no Stalinismo
que vemos com mais clareza quando abordamos o tema da Revolução Russa. Já entre
os regimes totalitários de extrema direita sempre lembramos do Nazismo e do
Fascismo.
Para
começar a entender um pouco mais sobre esses regimes temos primeiro que contextualiza-los.
É um período de crises econômicas, sociais e políticas por toda Europa. Era um
mundo pós Primeira Guerra Mundial repleto de um sentimento de frustração e de
revanchismo unido ao nacionalismo cada vez mais crescente. A paz que tanto se
esperou, chegou, mas essa mesma paz acaba com economias, como por exemplo a
alemã. Um cenário assim leva a população a escolhas mais radicais, sejam elas
feitas nas urnas quanto em forma de golpes. O revanchismo ao qual falamos está
diretamente relacionado ao Tratado de Versalhes, no que diz respeito a
Alemanha, com as punições impostas ao país somada ao momento que a Europa
passava só agravava ainda mais a crise econômica e social. A Itália,
insatisfeita, não se sentiu devidamente contemplada por estar ao final da
guerra do “lado dos vencedores”. Esse também é um momento de expansão do
sentimento nacionalista, ou seja, “para o meus país tudo, para o outro, nada”;
essa expansão e radicalização do pensamento nacionalista será a base dos
discursos que os líderes desses regimes usarão para motivar e justificar suas
ações. Um momento em que surgem críticas ao pensamento liberal e a democracia.
Nesses regimes, ao contrário do pensamento que vinha sendo construído desde o
iluminismo, o Estado não tinha nenhum dever com o cidadão, mas sim o inverso;
aqui o povo não participa mais das decisões políticas que envolvem a sociedade,
esta permanece apenas nas mãos de um líder que julga ser capaz de tomar todas
as decisões, sendo assim, não há mais relação entre os três poderes, pois estão
todos concentrados nas mãos desse líder. Na economia, principalmente após a
Crise de 29, o pensamento liberal econômico começa a gerar desconfianças e por
isso a extrema direita estando a frente do Estado atua como um agente
determinante na economia de país. A principal crítica à democracia era que esse
regime político limitava o líder a tomar as decisões, era vista como uma
“barreira” que limitava a força do Estado na busca do progresso. Esse também é
um período em que a Europa vive uma expansão do pensamento socialista, isso
porque graças a recuperação da União Soviética em 1923-24 o país não é atingido
pela Crise de 29 (que afeta apenas os países capitalistas, o socialismo irá
também, mais a frente sofrer com uma crise que eliminará essa forma de governo
de quase todos os países); nesse momento a União Soviética já vivia seu momento
de isolacionismo do ocidente há algum tempo e ela surge como uma solução para a
crise que vinha se instalando nos países capitalistas, e para que eles não se
tornassem socialistas os partidos de extrema direita tanto no Nazismo quanto no
Fascismo tentavam barrar esse avanço de ideias socialistas e marxistas.
Podemos
concluir que o período em que esses regimes ascendem é justamente um período
onde a Europa é abalada por inúmeras crises resultantes, principalmente, dos
conflitos anteriores a Primeira Guerra Mundial, a própria Guerra e também aos
tratados elaborados após os conflitos onde interesses territoriais sobressaíram
ao bom-senso. Justamente por esse momento de crise surgem críticas ao sistema
vigente (capitalismo e democracia) e a população cede ao extremismo de ideias,
essas ideias visam uma melhora na qualidade de vida, mas que não seguem pelos
caminhos democráticos, é aqui que um líder convence a população a abrir mão de
muito de seus direitos em decorrência do bem estrar geral.
Temos agora que ver quais as
características gerais do totalitarismo. “Nada deve existir acima do estado,
fora do estado, contra o Estado” essa é uma das principais características de
um regime totalitário. Outra característica é o caráter nacionalista desses
regimes, “a nação está acima dos interesses individuais”, nesses regimes o
discurso nacionalista se torna tão radical que visa acabar com qualquer forma
de oposição os declarando como “inimigos da nação”. O idealismo, onde a força
das ideias se adequam a realidade à vontade do Estado, ou seja, as ideias do
líder são impostas a força em um cenário onde não há debate, não há pluralidade
de ideias. Romantismo, uma característica que em conjunto com o nacionalismo
idealiza um passado de glorias do país, muito usado na Itália, o discurso de
Mussolini era carregado desse romantismo, sempre tentando associar o seu
governo ao tempo de glorias do Império Romano; Hitler também usou desse mesmo
artificio quando regatava o sentimento militarista do II Reich de Bismarck.
Outra característica muito usada por regimes totalitários é o revisionismo
histórico, que nada mais é do que uma nova interpretação de um fato, que na
visão do líder, está “atrapalhando” a implementação perfeita do ideal romântico
elaborada por ele; é você reinterpretar algum evento para que essa nova
interpretação beneficie apenas o seu ponto de vista.
Os regimes totalitários também são
caraterizados pelo terror, medo e imprevisibilidade. Mecanismo usados por
Estados Totalitários que visam controlar a sociedade fazendo utilizando
justamente o uso da força para barrar qualquer ato que se opõe ao governo;
justamente o fato do governo não permitir que a oposição se expresse já o
classifica como sendo não democrático e somando isso as demais características
citadas o classifica como totalitário. Atuação de milícias, é quem leva medo a
população; o Estado organiza e arma grupos civis uniformizados (para criar um
fenômeno de massa, ou seja, para dar aquele grupo a sensação de um poder
coletivo e não mais individual, isso acaba por diminuir a racionalidade e
aumenta a emotividade) para que eles usem livremente a força para calar os
grupos opositores; o medo desses grupos evita que novos protestos ocorram e a
oposição perca a esperança de lutar contra o governo.
Para que um regime assim se
sustente é preciso criar a sensação de sempre existir o perigo de um ataque
eminente do inimigo, desse modo, há uma necessidade de construir um discurso
onde sempre fique evidente a presença atuante desse inimigo nos eventos da
sociedade atribuindo a ele a culpa pela violência e medo que a população
passam, esse inimigo pode ser externo como o caso da Alemanha declarar a
Inglaterra e França como culpados pelo momento de crise do país, ou pode ser
interno, colocando essa culpa em determinados grupos da sociedade os
denominando “inimigos da nação”. Num regime onde não se tolera oposição é de
esperar que isso fique evidente na política com a existência de apenas um
partido (o que está no poder), sendo assim, se não existe oposição não há
democracia. Há ainda um forte culto ao líder, personificando o poder na figura
de uma única pessoa que tem a habilidade e o poder de se comunicar com as
massas por vias oficiais, podem ser elas: cinema (muito utilizado por Hitler em
seu regime Nazista), rádio e jornais; todas tem a mesma função, convencer o
povo a ter a mesma visão, a visão que o líder deseja; no Brasil tivemos algo
parecido quando Vargas cria a Voz do Brasil, um noticiário oficial no rádio
onde passava os ideais do governo para toda população.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/regimes-totalitarios-na-europa/ - Toda Matéria
Aqui podemos ler um pedaço do
discurso de Benito Mussolini e assim compreender quais seus objetivos com a
instalação do Fascismo, podemos ver ainda seu pensamento sobre o liberalismo da
época.
“O
fascismo rejeita na democracia o embuste convencional da igualdade política, o
espirito da irresponsabilidade coletiva e o mito da felicidade e do progresso
indefinido [...] Não se deve exagerar a importância do liberalismo no século
passado, nem converte-lo numa religião da humanidade para o presente futuro,
quando na realidade ele foi apenas uma das muitas doutrinas daquele século
[...] Agora o liberalismo está prestes a fechar as portas de seu templo deserto
[...] O presente século é o século da autoridade, um século da direita, um
século fascista”. Benito Mussolini.
Já aqui temos um trecho de uma
entrevista de Adolf Hitler para George Sylvester Viereck, em 1923.
“Por que”
perguntei a Hitler, “você se considera nacional-socialista, já que seu programa
partidário é a própria antítese daquela comumente credenciada ao socialismo? ”
“Socialismo”, replicou ele, “é a ciência de lidar com o bem-estar comum.
Comunismo não é socialismo. Marxismo não é socialismo. Os marxistas roubaram o
termo e confundiram seu significado. Eu tirarei o socialismo dos socialistas”.
“O socialismo é uma instituição germânica ariana antiga. Nossos ancestrais
alemães mantinham certas terras em comum. Eles cultivavam a ideia do bem-estar
comum. O marxismo não tem o direito de se disfarçar de socialismo. O
socialismo, ao contrário do marxismo, não repudia a propriedade privada. Ao
contrário do marxismo, ele não envolve negação de personalidade e, diferentemente
do marxismo, é patriótico”. “Poderíamos nos chamar Partido Liberal. Optamos por
nos chamar nacional-socialistas. Não somos internacionalistas. Nosso socialismo
é nacional. Exigimos o cumprimento das reivindicações justas das classes
produtivas pelo Estado com base na solidariedade racial. Para nós, estado e
raça são um só”.
O
fascismo.
Disponivel em: https://www.freepng.es/png-7xkwt8/
O fascismo começa a ganhar
espaço na Itália a partir da Semana Vermelha (1920), um movimento ligado a
esquerda operaria que descontentes com questões salariais, políticas e assuntos
relacionados a crise econômica do pós-guerra tomam uma serie de fabricas como
forma de protesto. Os conservadores italianos veem essa situação e tem de tomar
medidas radicais para barrar o avanço da esquerda e impedir o crescimento do
pensamento comunista dentro da Itália. Um ano antes, em 1919, acontece a
criação do Partido Nacional Fascista. Liderado por Benito Mussolini, até então
dono de um jornal chamado Popolo dÍtalia
que começa propagando ideias mais de esquerda, mas que depois se volta para
ideias de direita.
Em 1921 temos a vitória do PNF
(Partido Nacional Fascista) que por mais que tenha uma projeção significativa,
não consegue formar a maioria e sem isso não consegue também a nomeação de um
Primeiro Ministro (a Itália era uma Monarquia Parlamentar). Então, sem
conseguir chegar ao poder por vias democráticas, Mussolini o toma por meio de
um golpe, é quando ocorre a Marcha sobre Roma (28/10/1922) onde milhares de
Camisas Negras (sua milícia) vão as ruas de Roma pressionar o Rei para aceitar
Mussolini como Primeiro Ministro. Com toda essa pressão e com o momento crítico
que a Itália vivia e com medo de uma possível guerra civil o Rei acaba cedendo
a vontade dos Camisas Negras e nomeia Mussolini como Primeiro Ministro. Em 1924
é formada novas eleições para legalizar o poder de Mussolini. Uma oposição
comunista é formada, mas o candidato líder da oposição Giacomo Matteotti é
assassinado antes mesmo das eleições acontecerem.
Já no poder, Mussolini buscava
cada vez mais fortalecer suas bases governamentais, cria a OVRA, também
conhecida como a Polícia Secreta de seu governo que reprendia qualquer tipo de
oposição através da violência e do terror; existia também o Tribunal Especial
ou Tribunal de Exceção onde eram julgados aqueles que cometeram crime contra a
nação, mas com um pequeno detalhe, eles eram julgados sem o devido processo
legal, ou seja, sem o direito de defesa. Em 1927 temos a criação de uma Carta
do Trabalho, onde dá ao Estado o poder de arbitrar as disputas trabalhistas
entre a burguesia e a classe trabalhadora, tudo isso para que não ocorra luta
de classes e se crie o corporativismo, isso é, um cenário onde o Estado
controlasse todos os sindicatos, sejam eles de operários ou patrões, assim, a
luta de classes funcionaria em benefício do governo. Esse corporativismo é a
principal característica do Fascismo, manipulando as massas trabalhadoras e
patronal.
Quanto a parte econômica,
Mussolini tem uma resposta clara e objetiva a Crise de 29 pautada nos moldes do
Imperialismo e Neocolonialismo, onde para superar a crise econômica era preciso
realizar uma expansão territorial e militar em seu país, essa sua visão muito
parecida com a de Hitler é um dos motivos dos dois países realizarem uma
aliança.
Disponível em: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/simbolo-fascismo/ - Dicionario de símbolos.
Temos como símbolo do fascismo
o Fascio Littorio (o poder da união e
da punição); além disso, outra característica marcante do Fascismo vista em
várias fotos, principalmente, eram os Camisas Negras e a forma como essa
milícia agia, imprimindo medo e terror para imobilizar a sociedade. O lema do
governo era “crer, obedecer e combater”, crer no governo, na figura de
Mussolini, obedecer ao governo e as milícias e combater em nome da Itália e do
bem maior.
Alemanha
e o Nazismo.
Disponível em: https://www.jornaldamidia.com.br/2019/08/13/alemanha-vai-julgar-ex-guarda-nazista-por-5-230-mortes/ - Jornal da mídia.
A Alemanha após a derrota na
Primeira Guerra Mundial enfrenta muitos problemas, entre eles, a abdicação do
Kaiser Guilherme II e com isso o fim do II Reich; passa ainda por uma revolução
bolchevique liderada por Rosa Luxemburgo que mesmo sendo derrotada em 1918
serviu para disseminar ideias socialistas na Alemanha. Já em 1919 é colocado em
pratica um governo social-democrata. A República de Weimar (1919-33) uma
republica com governo parlamentar, com eleições e que permitia a liberdade da
existência de uma oposição política aberta, mas que do ponto de vista econômico
tinha de lidar com uma serie problemas resultantes do Tratado de Versalhes, e
foi justamente por conta desse cenário econômico problemático que o cenário
político não se sustentou. A partir da década de 1920 constantes revoltas
contendo sentimentos revanchistas contra aqueles que assinaram o Tratado de
Versalhes tornam-se comuns; em 1923, a Alemanha declara moratória da dívida do
Tratado de Versalhes, com isso o país que já apresentava dificuldades de lidar
com o pagamento da dívida e a manutenção de sua economia enfrenta novos
problemas como: as altas taxas de juros internacionais e a dificuldade de
conseguir novos empréstimos. A França, vendo que a Alemanha não irá mais pagar
sua dívida intervêm na região do Ruhr e domina aquela região, mas os operários
que ali trabalhavam (por conta do forte nacionalismo característico do
pós-guerra) não aceitaram trabalhar para os franceses e entraram em greve; por
outro lado, os franceses pararam de pagar os salários desses funcionários. A
Alemanha tenta negociar com a França e acabar com essa crise, para isso o
governo alemão passa a aumentar a emissão e a circulação de cédulas no país,
faz empréstimos com os Estados Unidos (Plano Dawes), mas o resultado não é o
esperado, ao invés disso ocorre uma hiperinflação, com isso uma desvalorização
do dinheiro, as notas passaram a ter um poder de troca tão baixo que muitas
vezes eram usadas para ascender a fogueira u então ligar o fogão.
Aqui vamos falar um pouco
sobre o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, liderado pelo
General Ludendorff, mas que tinha na figura de Adolf Hitler seu principal
líder. Em sua campanha o Partido Nazista sempre tinha fortes acusações
direcionadas aos “traidores de 1918” (responsáveis por assinar o Tratado de
Versalhes) como esses sendo os responsáveis pela situação crítica que o país
enfrentava. Em seus discursos era constante a presença romântica relacionado a
retomada da gloria alemã com a criação do III Reich, segundo o romantismo “o
Reich que duraria mil anos”. Tinham na figura na Inglaterra e França os seus
inimigos, estes temiam a Alemanha por ser uma “raça superior” e esse medo foi a
causa deles impuseram tantas limitações ao país com o fim da Primeira Guerra
Mundial, tudo isso para a Alemanha não retornasse a seus dias de gloria e hegemonia.
Os discursos, assim como os de Mussolini, também criticavam a democracia e a
acusavam esse sistema de atrapalhar a retomada econômica da Alemanha. O Partido
Nazista defendia um militarismo forte para reconquistar os territórios perdidos
na Primeira Guerra Mundial e reconstruir os territórios do Sacro Império Romano
Germânico; outra narrativa usada por Hitler era de que o povo alemão descendia
de uma linhagem heroica, brava e nobre como Carlos Magno e que tinham que
revogar o Tratado de Verdun, de 843, e reanexar os territórios do antigo
Império Carolíngio.
Nos objetivos do Partido
Nazista o exército era de papel fundamental importância e era a principal força
da nação. O exército seria o modelo ideal de educação, disciplina e obediência,
por conta disso as escolas passaram a ser escolas militares para que desde
pequenos as crianças alemãs aprendessem esses valores. A guerra para o nazismo
tem uma função regenerativa, era necessária, existia para destruir toda uma
base que que não fosse boa para o crescimento alemão que o Nazismo propagava.
Quando analisamos a estrutura
do N.S.D.A.P temos a S.A – Seção de Assalto/ milícias/ Camisas Pardas, que
serviam de base para a expansão do movimento Nazista na sociedade alemã; a S.S
– Escudo de Proteção, que era a elite do partido; Geheime Staatspolize, que era
a Polícia Secreta do Estado. Basicamente, esses eram os pilares de
funcionamento do Partido Nazista.
Em 1923 temos o Putsch de
Munique, onde o Partido Nazista tenta imitar o golpe dado por Mussolini, mas que
não dá certo, Hitler é preso. Nesse tempo ele escreve um livro intitulado Mein
Kampf (Minha Luta) sendo uma espécie de autobiografia, mas que na segunda parte
servia apenas para expor as ideias propagadas também pelo Partido Nazista,
entre essas ideias divulgadas temos o antissemitismo, ou seja, a ideia de que os
judeus são traidores da pátria alemã por se declararem judeus e não alemães,
além disso, implicavam também com a vontade do judeus de deixar a Alemanha e
retornar para sua “terra prometida”, os associava como aliados de França e
Inglaterra e que após a Primeira Guerra Mundial esses países confiscaram bens
alemães e passaram aos judeus que agora controlavam bancos e outras
instituições que exploravam o povo alemão (a teoria de pegar um judeu rico e
generalizar essa ideia atribuindo-a a todos os outros judeus). O Mein Kampf também
trazia a ideia do Pangermanismo que era a união dos povos germânicos sob o
regime do III Reich e que mais para frente também foi usado para justificar a
expansão territorial. Em 1924 Hitler é liberado, sua pena de 5 anos é reduzida
para 8 meses, a partir daí ele se envolve cada vez mais na vida política da
Alemanha, ganha popularidade como líder do Partido Nazista, principalmente após
a Crise de 29, sua popularidade se converte em votos e ele consegue uma vitória
nas eleições parlamentares. No princípio, Hitler era visto muito mais como um
líder caricato do que um potencial líder político de uma nação inteira, mas
como vimos isso mudou com o agravamento da crise econômica e política; Hitler
chega ao poder por vias democráticas sim, ao contrário de Mussolini, mas quando
ele consegue uma votação expressiva em 1933 ele já atuava fortemente para
limitar a atuação da oposição.
Em fevereiro de 1933 ocorre o
incêndio do Reichstag (Parlamento) onde a culpa é atribuída ao Partido
Comunista (KPD) e que por conta disso foi cassado. Aqui vale lembrar que o KPD
era o principal opositor ao Partido Nazista. Em maio, o Parlamento aprova a
transferência da competência legislativa para o Executivo, ou seja, agora o
Executivo também poderia criar leis, acabando com a divisão dos três poderes; veja
que Hitler consegue tudo isso por vias legais, aparentemente, sem que se prove
nada contra sua figura. Em junho de 1934 acontece a Noite dos Longos Punhais,
onde por ordem de Hitler há um expurgo da oposição dentro do próprio partido
nazista, principalmente porque a S.A, que em sua visão estava ganhando muito
poder e possuía algumas ideias que não o agradavam, desse modo, várias
lideranças do partido e membros da S.A serão executados. Após esse massacre,
Hitler irá recriar a S.A com um controle muito maior em suas mãos; no mesmo
ano, em agosto, morre o Presidente Hinderburg, com isso Hitler é nomeado pelo
Parlamento como Fuhrer und Reichskanzler
(líder e chanceler); daí em diante temos o fim da republica Weimar e o
estabelecimento do III Reich.
Com a consolidação do poder de
Hitler na Alemanha temos a perseguição aos judeus se tornando constante, durante
o governo nazista eles serão perseguidos abertamente; isso só piora com a
aprovação da Lei de Nuremberg, em 1935, com essa lei os judeus são oficialmente
definidos como uma “raça inferior” perdiam seus direitos de acordo com o seu
tipo de sangue até que em certo porto não possuía mais nenhum; essa era uma
política higienista e de exclusão de cidadania onde criavam-se tantos guetos
numa espécie de segregação espacial quanto a extração dessas pessoas. Em 31 de
julho de 1941 (já no período da Segunda Guerra Mundial) tem início a Solução
Final, o extermínio dos judeus nos campos de concentração e extermínio; aqui a
perseguição não era apenas aos judeus, mas também aos negros, homossexuais, deficientes
físicos e etc. Os judeus tornam-se um alvo muito mais falado por conta do
Holocausto e de toda perseguição aberta que eles sofriam já que eram um grupo
de grande expressão na Alemanha.
Se por um lado temos uma
sociedade se tornando cada vez mais intolerante e violenta, por outro lado, na
economia há forte presença do Estado que também retoma a produção de armas,
realiza grandes obras estatais, confisca bens dos “inimigos do estado”. O
desemprego cai drasticamente segundo os dados oficiais, mas aqui há um detalhe,
pois, a partir de agora o desemprego era medido apenas entre os cidadãos
alemães, o que não incluíam mais os negros e judeus, por exemplo; os dados aqui
mostram uma eficiência, mas são falaciosos, usados para justificar as medidas
que Hitler estava tomando; o embelezamento da Alemanha também era evidente,
tudo isso para mostrar a grandiosidade do Nazismo e da figura de Hitler, esse
embelezamento é nítido e visto ainda hoje nos monumentos e nas obras realizadas
nesse período que ainda sobreviveram as guerras e ao tempo.
O mundo e a Liga das Nações
permitiram a ascensão do Nazismo com a justificativa que era melhor ter um
Hitler do um Stalin, assim o tanto o Nazismo quanto o Fascismo foram ganhando
espaço em seus países até que decidiram expandir seus territórios de influência
e domínio.
Comentários
Postar um comentário